Sei que cheguei atrasada para a inscrição do sorteio no blog da She e concorrer a um exemplar do seu livro. Para isso bastava fazer a inscrição até o dia 21/01, e hoje, dia 23/01, contar uma história de amor em comemoração aos 3 anos do seu blog. Não resisti e adorei a idéia de que cada participante do sorteio contasse uma linda história de amor. Mesmo não concorrendo ao seu livro Cabra Cega, clique aqui para conhecer o blog do seu livro, eu resolvi escrever a minha história de amor.
Em agosto de 2006 meu querido pai passou mal e teve que ser levado às pressas para o hospital. Por recomendação médica ele ficou internado para fazer uma bateria de exames. Passado alguns dias, em um dos seus exames, foi detectado um tumor no cérebro. Para dar início ao seu tratamento ele precisaria passar por uma biopsia, assim os médicos teriam condições de decidir qual tratamento correto aplicar.
Não passou muitos dias para que a cirurgia da biopsia fosse realizada. Na cirurgia ocorreu tudo bem. Agora era torcer para o resultado da biopsia ser benigna e o meu pai se curar.
Com o decorrer dos dias percebemos que o meu pai estava com o lado esquerdo paralisado. Os médicos diziam que era por causa da cirurgia, e que o cérebro estava inchado. Com o tempo tudo voltaria ao normal . Fase bem complicada. Ver meu paizinho em cima de uma cama, um homem que nunca dependeu de ninguém para nada, cortava o coração.
Nessa mesma época, com os nervos a flor da pele, eu conheci pela internet o Lucas através de uma conhecida em comum de uma rede social. Não tinha cabeça para absolutamente nada, mas aquele rapaz de apenas 22 anos passava por um momento delicado em sua vida decorrente de uma profunda depressão. Eu achei que ambos poderíamos nos ajudar. Trocamos MSN e conversávamos diariamente. Mas eu me enganei, pois ele só falava dos seus problemas. Eu em uma situação delicadíssima achava ele um egoísta, afinal nunca tinha lidado com ninguém com problemas de depressão. Mesmo assim eu não consegui deixar de conversar com ele. Os dias foram passando, meu pai indo e vindo do hospital, quando em uma consulta com o neurologista, que fez a sua cirurgia, minha irmã ficou sabendo que ao final da operação ele teve um AVC (acidente vascular cerebral). Seus movimentos estavam comprometidos e só com muita fisioterapia talvez ele ficaria um pouco melhor.
O tempo passou. Chegamos em outubro. Meu pai em cima da cama e pedindo todos os dias para que Deus o levasse. Esgotada fisicamente e emocionalmente, resolvi tirar um dia para tentar me divertir um pouco com meus amigos. No dia 21/10 um grupo de amigos organizaram uma festa de Hallowen. Convidei o Lucas para participar da festa. Nós morávamos em cidades diferentes e bem distantes uma da outra. Ele me falou que talvez iria, pois nos últimos dias não passara muito bem e tinha receio de ter crises de pânico na estrada.
Numa sexta-feira, dia 20/10, acompanhei meu pai na sua primeira avaliação com a fisioterapeuta. Quando cheguei em casa, abri minha caixa de e-mail e me emocionei com as palavras que li. Era do Lucas me dizendo que não poderia vir para a festa, pois ele tinha tido crises recentes e estava bem abalado. Confesso que ao ler aquelas palavras eu chorei, e foi aí que eu percebi que ele precisava de ajuda de uma "amiga".
Peguei o telefone, liguei na sua casa e conversamos pela primeira vez. Disse que sentia muito por ele e que queria muito que viesse na festa, pois se sentiria bem melhor. Depois de conversarmos um pouco, senti ele mais animado, quando me falou que faria um esforço para poder vir. O que eu não esperava é que eu não fosse na festa. Nessa mesma noite meu pai passou mal. Fomos para o hospital, e como de costume ele teria que ficar internado. Desde a descoberta do tumor haviam se passado 1 mês e 14 dias. Passei a noite no hospital com ele. Meu irmão me falou que ficaria na noite de sábado, assim eu poderia descansar e tentar me distrair um pouco. A noite foi bem longa e por várias vezes pensava no Lucas, se ele estaria bem na estrada.
Na manhã seguinte, quando fui alimentar meu pai, ele começou a passar muito mal e foi levado às pressas para a U.T.I. De lá não o vi sair vivo. Devido a várias complicações ele não suportou e faleceu. Naquele momento meu mundo desmoronava. Meu pai sempre foi pai e mãe para nós. Minha mãe até hoje é fria com relação aos seus sentimentos. Diferentemente do meu pai. Ele beijava, abraçava, cuidava, enfim, era a minha vida... Passado um tempo, onde meus pensamentos começavam a organizar-se, liguei para o Lucas avisando que eu não iria na festa, pois meu pai tinha falecido. A noite ele foi na minha casa com um amigo, que eu liguei e pedi para lhe dar atenção... Foi aí que nos conhecemos pessoalmente. Deus brinca com a gente de maneira bem esquisita. Ao mesmo tempo em que tirava o meu porto seguro já estava me amparando por outro lado. Na hora do sepultamento, o Lucas estava comigo. Na época como amigo, mas estava.
Passou um mês, eu comecei a trabalhar e nas minhas primeiras folgas o Lucas me convidou para conhecer a sua cidade, Presidente Prudente - S.P. Eu fui. Quando cheguei na rodoviária ele foi me encontrar e demos o nosso primeiro beijo, como cena de novela, sem trocar palavra, apenas nos aproximamos e deixamos nossos lábios se encontrarem.
Depois de três anos de intenso tratamento o Lucas, graças a Deus, se curou. Voltou para o seu trabalho e me trouxe para morar com ele. Chegamos aqui nessa cidade com apenas quatro malas de roupas e, hoje, apesar de algumas dificuldades, temos nossa "casa" e principalmente somos muito felizes.
Posso afirmar que sou uma mulher feliz e realizada, respeitada e que tenho um verdadeiro amor ao meu lado!
Queridaaaaaaaaaa mudei as regras devido a quantidade de gente querendo participar, até amanhã, dia 24, às 9 horas dá tempo de participar e concorrer ao CABRA CEGA, já te linkei, agora vou ler o seu post e já volto pra comentar... ;)
ResponderExcluirBjo, bjo!
Que linda história, Paty: encontrar o amor da sua vida no meio de tantas dificuldades.
ResponderExcluirBj e boa semana!
Paty sua história me comoveu,mas Deus é assim mesmo,você perdeu seu pai e ganhou um outro amor,desejo que vocês sejam sempre abençoados no amor de vocês,felicidades.
ResponderExcluirTemos muitas coisas em comum tb perdi meu pai em 2007,senti muito pois ele era amoroso,coisa que minha mãe não é,como disse da sua a minha tb é fria.
Bj e uma boa semana
Podia chorar? rs Que história linda, flor... Um pouco triste, claro, mas Deus foi sábio demais em colocar na sua vida alguém que te faria suportar de maneira mais branda...
ResponderExcluirLinda participação...
Beijos no coração, com desejos que esse amor cresça sempre mais.
Nossa minha flor.
ResponderExcluirque dificil
o Lucas com depressão, ai que ruim
que bom que Deus nos presenteia de maneira tão maravilhosa, né
e vocês formam um casalzinho tão lindinho.
que bom que ele se recuperou.
que bom.
fica com Deus.
obrigada pelo constante carinho no blog viu
nossa estou mesmo querendo falar contigo
beijo
Olá, querida Paty
ResponderExcluir"...ao mesmo tempo em que tirava o meu porto seguro, já estava me amparando por outro lado"...
Isso é verdade!!! Ele me deu porto seguro também quando estava sem chão...
Que bom vc estar participando da Coletiva da She!!!
Essa frase acima do seu post é por demais importante para mim para definir AMOR... Creio ser possível em qualquer idade...
O AMOR JAMAIS ACABARÁ!!!
Bjm e ótima semana com paz e AMOR!!!
Querida, voltei para te ler como vc merece e que história mais linda... É assim mesmo Deus sabe tudo por mais complicado e novo que seja entender tudo... Linda história de amor! Parabéns e muito obrigada pela linda participação em minha festa! Adorei te ter comigo!
ResponderExcluirBeijo, beijo!
She
Olá Paty, que história linda, fiquei arrepiada...Deus sabe o que faz né.
ResponderExcluirBoa semana!
Bjss
Martha
Paty, poucas pessoas entendem depressão e pânico como doença. Acham que é frescura ou besteira. Eu sei o que é e acho muito corajosa a tua atitude em dar apoio e carinho a alguém com esta síndrome em um momento em que tu estavas tao fragilizada. Que bom que tu foste compreensiva e generosa.
ResponderExcluirA blogagem rosa teve tantas imagens que vou fazer um segundo post na sexta, para que todas as blogueiras pink possam ter suas imagens publicadas.
beijoooo
beijoooo
Oi Paty
ResponderExcluirQue história linda...
Deus é maravilhoso mesmo... Nos tira de um lado mas logo nos dá de outro... Sinto muito pelo seu paizinho e fico ao mesmo tempo bem feliz por ter encontrado um amor...
Bjoks
Olá, Paty! Linda a sua história e deixa transparecer duas situações distintas que as pessoas tem dificuldade de entender: Você vivia um momento de muita tristeza - motivo seu pai convalescente
ResponderExcluirLucas um momento de extrema tristeza - sem motivo. Eu sou uma depressiva em constante vigilância, hoje sei que tem determinados sintomas que não posso deixar passar. E sei que o mais importante foi você ter entrado na vida do Lucas, pois ele sim precisava muito de auxilio para sair do ponto onde se encontrava e o bom é que ele pode ser especial num momento de tanta dor. Que vocês sejam muito felizes.
Abraços
Oi Paty, a sua história de amor é linda demais, a começar pelo amor que vc sentia pelo seu pai e depois em saber amar e entender o sofrimento de uma pessoa com depressão e pânico. Sofri anos com isso e o marido não era capaz de entender, nem de ajudar. Parecia que ele estava diante de um E.T. ao me olhar com aquele sofrimento.E é uma doença terrível porque vc sofre duplamente, pelo que sente e pela dificuldade das pessoas em entenderem a tua dor. Essa falta de compreensão dele dificultou muito minha recuperação, porque afinal o amor ajuda na melhora de qq doença e depressão é doença, e séria.
ResponderExcluirCom certeza o Lucas teve sua recuperação reforçada pelo amor e comprensão que recebia de você.
Linda história, parabéns a vcs por saberem viver esse amor, bjs.
Oi Paty além de Taubaté em comum rsrs tb conheci o meu pela net
ResponderExcluirQualquer dia te conto
Beijo lindona e que Deus abençoe cada vez mais a historia de vcs!!!
Triste e linda ao mesmo tempo, que bom q td deu certo.
ResponderExcluirBjs